Pode soar estranho, para muitas pessoas, que haja um dia mundialmente dedicado à Doença de Parkinson - o dia 11 de abril. Afinal, como, em sã consciência, encontrar nessa data algum motivo para homenagens de qualquer ordem?
De fato, a primeira sensação que pode vir à tona é a estranheza. A Doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo, ainda sem possibilidade de cura. Ela afeta as regiões do cérebro responsáveis pelo controle e coordenação do movimento, do tônus muscular e da postura, causando tremores, rigidez, desequilíbrios. Essa moléstia associa-se, muitas vezes, a um quadro de depressão agravante dos sintomas. Hoje, com a longevidade em alta, tem atingido também índices maiores de acometimento em pessoas no mundo todo. Segundo pesquisas divulgadas na mídia, a média é de uma pessoa afetada em cada 100 acima de 65 anos, embora 10% dos casos aconteçam antes dos 50 anos e 5% , antes dos 40 anos.
É evidente, além disso, que a doença de Parkinson desperta, como reação, uma série de sentimentos e atitudes complicadoras numa sociedade culturalmente envolvida em equivocados parâmetros de “normalidade” de desempenho físico. O diagnóstico médico pode, então, desencadear uma compaixão destrutiva, ou uma revolta inútil, ou mesmo um alheamento de tudo. Mas um dos mais complicados comportamentos é a tentativa de isolamento e de reclusão, que marginaliza cada vez mais o portador da doença e o mergulha numa melancolia paralisante. Por tudo isso é compreensível que, invariavelmente, falar na Doença de Parkinson já desperte uma primeira reação de medo, muitas vezes verbalizada pela expressão “Deus me livre dela!”.
Não há, evidentemente, espaço para a apologia da Doença de Parkinson, mas a percepção da gravidade da doença aponta pelo menos para dois aspectos importantes. E então, pode-se concordar, sim, com a justa homenagem .
Em primeiro lugar, a data possibilita esclarecimentos importantes para uma maior conscientização sobre a Doença de Parkinson. Mesmo que represente uma realidade adversa, ela precisa ser encarada sem preconceitos e assumida com coragem. Para tanto, é necessário desenvolver alguns sentimentos positivos, como a esperança, construída na certeza de que já se abrem imensas e otimistas perspectivas de se encontrarem pelo menos alguns caminhos que a tornem menos agressiva e definitiva. O noticiário tem divulgado o avanço das pesquisas, a dedicação de renomados cientistas e o empenho dos laboratórios, que passaram a direcionar investimentos preciosos nessa área. Também houve um grande progresso nas terapias complementares: fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, musicoterapia, acupuntura e tantas outras que se interessam por amenizar os sintomas característicos da doença. Já se pode, dessa forma, reconhecer a grande melhoria na qualidade de vida dos parkinsonianos.Há que se assumir, em decorrência, uma atitude corajosa diante do diagnóstico médico, com a disposição firme de disciplinar-se para o tratamento adequado.
Queremos enfatizar, nesse sentido, a necessária convivência com outros portadores da doença. É na dimensão coletiva que se adquire energia para aliviar ou mesmo superar preocupações e medos. Ressalta-se, então, a importância das associações, como a “Colibri- Associação Brasil-Parkinson-Núcleo Piracicaba” que congrega parkinsonianos, familiares, cuidadores, amigos, voluntários. A integração com o grupo reforça nos portadores da doença a disposição de viver e o ânimo de lutar para poder encontrar mais qualidade de vida, principalmente pela certeza de que não está sozinho na sua empreitada.
Um segundo ponto que nos leva a comemorar essa data é a certeza da necessária reflexão sobre uma doença que pode acometer qualquer um de nós, merecendo, assim, o respeito e a compreensão de todos. Dessa forma, o Dia Mundial da Doença de Parkinson chama a atenção para o indispensável acolhimento da família e da própria sociedade. Falar sobre a Doença de Parkinson possibilita, assim, ao parkinsoniano e à sociedade abrirem os horizontes do coração e exercitarem a humildade e a generosidade, capazes de construírem a bases para um mundo mais comprometido e tolerante com as diferenças, com as necessidades e as limitações de cada um.
Neste dia, portanto, há muito, sim, para comemorar e celebrar.
Celebrar a paciência, quando as limitações físicas acontecem.
Celebrar a humildade de saber-se mortal.
Celebrar o desejo de lutar e a alegria de superar mesmo as pequenas barreiras que a doença impõe.
Celebrar a fé nos homens de boa vontade e o respeito por aqueles que descobrem, no próximo, a sua essência humana.
Comemorar, sim, a alegria de, a cada manhã, contemplar a bênção de estar vivo e de poder celebrar a VIDA.
Silvia Helena Rigoldi Simões- pela Colibri-Associação Brasil-Parkinson –Núcleo Piracicaba
(Compareçam à Palestra com a dra Elizabeth Quagliato segunda-feira, dia 13 de abril, na Câmara de vereadores de Piracicaba- rua Alferes 834)
De fato, a primeira sensação que pode vir à tona é a estranheza. A Doença de Parkinson é um distúrbio neurológico progressivo, ainda sem possibilidade de cura. Ela afeta as regiões do cérebro responsáveis pelo controle e coordenação do movimento, do tônus muscular e da postura, causando tremores, rigidez, desequilíbrios. Essa moléstia associa-se, muitas vezes, a um quadro de depressão agravante dos sintomas. Hoje, com a longevidade em alta, tem atingido também índices maiores de acometimento em pessoas no mundo todo. Segundo pesquisas divulgadas na mídia, a média é de uma pessoa afetada em cada 100 acima de 65 anos, embora 10% dos casos aconteçam antes dos 50 anos e 5% , antes dos 40 anos.
É evidente, além disso, que a doença de Parkinson desperta, como reação, uma série de sentimentos e atitudes complicadoras numa sociedade culturalmente envolvida em equivocados parâmetros de “normalidade” de desempenho físico. O diagnóstico médico pode, então, desencadear uma compaixão destrutiva, ou uma revolta inútil, ou mesmo um alheamento de tudo. Mas um dos mais complicados comportamentos é a tentativa de isolamento e de reclusão, que marginaliza cada vez mais o portador da doença e o mergulha numa melancolia paralisante. Por tudo isso é compreensível que, invariavelmente, falar na Doença de Parkinson já desperte uma primeira reação de medo, muitas vezes verbalizada pela expressão “Deus me livre dela!”.
Não há, evidentemente, espaço para a apologia da Doença de Parkinson, mas a percepção da gravidade da doença aponta pelo menos para dois aspectos importantes. E então, pode-se concordar, sim, com a justa homenagem .
Em primeiro lugar, a data possibilita esclarecimentos importantes para uma maior conscientização sobre a Doença de Parkinson. Mesmo que represente uma realidade adversa, ela precisa ser encarada sem preconceitos e assumida com coragem. Para tanto, é necessário desenvolver alguns sentimentos positivos, como a esperança, construída na certeza de que já se abrem imensas e otimistas perspectivas de se encontrarem pelo menos alguns caminhos que a tornem menos agressiva e definitiva. O noticiário tem divulgado o avanço das pesquisas, a dedicação de renomados cientistas e o empenho dos laboratórios, que passaram a direcionar investimentos preciosos nessa área. Também houve um grande progresso nas terapias complementares: fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, musicoterapia, acupuntura e tantas outras que se interessam por amenizar os sintomas característicos da doença. Já se pode, dessa forma, reconhecer a grande melhoria na qualidade de vida dos parkinsonianos.Há que se assumir, em decorrência, uma atitude corajosa diante do diagnóstico médico, com a disposição firme de disciplinar-se para o tratamento adequado.
Queremos enfatizar, nesse sentido, a necessária convivência com outros portadores da doença. É na dimensão coletiva que se adquire energia para aliviar ou mesmo superar preocupações e medos. Ressalta-se, então, a importância das associações, como a “Colibri- Associação Brasil-Parkinson-Núcleo Piracicaba” que congrega parkinsonianos, familiares, cuidadores, amigos, voluntários. A integração com o grupo reforça nos portadores da doença a disposição de viver e o ânimo de lutar para poder encontrar mais qualidade de vida, principalmente pela certeza de que não está sozinho na sua empreitada.
Um segundo ponto que nos leva a comemorar essa data é a certeza da necessária reflexão sobre uma doença que pode acometer qualquer um de nós, merecendo, assim, o respeito e a compreensão de todos. Dessa forma, o Dia Mundial da Doença de Parkinson chama a atenção para o indispensável acolhimento da família e da própria sociedade. Falar sobre a Doença de Parkinson possibilita, assim, ao parkinsoniano e à sociedade abrirem os horizontes do coração e exercitarem a humildade e a generosidade, capazes de construírem a bases para um mundo mais comprometido e tolerante com as diferenças, com as necessidades e as limitações de cada um.
Neste dia, portanto, há muito, sim, para comemorar e celebrar.
Celebrar a paciência, quando as limitações físicas acontecem.
Celebrar a humildade de saber-se mortal.
Celebrar o desejo de lutar e a alegria de superar mesmo as pequenas barreiras que a doença impõe.
Celebrar a fé nos homens de boa vontade e o respeito por aqueles que descobrem, no próximo, a sua essência humana.
Comemorar, sim, a alegria de, a cada manhã, contemplar a bênção de estar vivo e de poder celebrar a VIDA.
Silvia Helena Rigoldi Simões- pela Colibri-Associação Brasil-Parkinson –Núcleo Piracicaba
(Compareçam à Palestra com a dra Elizabeth Quagliato segunda-feira, dia 13 de abril, na Câmara de vereadores de Piracicaba- rua Alferes 834)
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